Gosto muito de ler aventuras com Sherlock Holmes, dos contos de Sir. Arthur Conan Doyle. Creio que já li tudo, mas sinto falta de novas histórias, impossíveis é claro. Alguns amigos também sentem o mesmo pela falta de novas histórias, já que o autor não está mais conosco. Entretanto, me desafiaram a escrever uma nova aventura. Segue abaixo esta tentativa.
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Eu ainda estou escrevendo este livro e devem haver alguns erros que ainda vou consertar. Caso queira me ajudar, ao encontrar um erro, envie uma mensagem no próprio blog.
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Título: "Sherlock Holmes e a Conspiração Quimera"
Prelúdio: O Despertar Macabro
A manhã nos subúrbios de Londres começou com uma bruma sombria que se estendia pelos becos e vielas, lançando uma atmosfera opressiva sobre o bairro. Um beco, em particular, estava tomado por uma presença sinistra.
O Inspetor Lestrade, um homem de semblante firme e usualmente destemido, estava visivelmente perturbado. Ele se encontrava cercado por uma equipe de policiais, todos eles olhando com espanto para a cena à sua frente.
Carroças da polícia e veículos de remoção de cadáveres ocupavam grande parte do beco estreito. A luz do dia revelava um espetáculo macabro: corpos desfigurados e corroídos pelo ácido jaziam no chão, como vítimas de uma violência terrível. A visão era assustadora até mesmo para os veteranos da Scotland Yard.
No centro da tragédia, havia um objeto que não passou despercebido: o distintivo cachimbo de Sherlock Holmes, parcialmente corroído pelo mesmo ácido que destruiu os corpos. O cachimbo, que Holmes raramente deixava de lado, estava ali como um enigma silencioso, uma mensagem perturbadora.
Lestrade sabia que o que quer que estivesse acontecendo estava além da sua compreensão e habilidades. Ele estava prestes a enfrentar um desafio que, desta vez, só poderia ser solucionado por um homem: Sherlock Holmes.
Com um suspiro pesaroso, Lestrade deu ordens aos policiais para preservar a cena do crime e começou a tomar medidas para encontrar Holmes. A caçada ao detetive começava, enquanto o mistério das mortes perturbadoras se aprofundavam a cada momento.
Capítulo 1:
Capítulo 1: A Prisão de Sherlock Holmes
A manhã estava fresca e tranquila em Baker Street. Enquanto a cidade de Londres acordava para mais um dia de atividades cotidianas, a residência de Sherlock Holmes era invadida por uma presença sinistra. O ar estava carregado de tensão, e o som pesado de botas ecoava na escada que levava à porta da casa do detetive.
Sherlock Holmes, sentado em sua poltrona, folheava um volume antigo de casos não resolvidos, seu cachimbo aceso e sua mente afiada. Seu olhar perspicaz detectou o nervosismo nos olhos do Dr. John Watson, que também estava presente na sala.
A porta se abriu abruptamente, e o Inspetor Lestrade da Scotland Yard entrou, acompanhado por uma equipe de policiais uniformizados. O rosto de Lestrade estava sério e sombrio, um contraste com seu comportamento geralmente confiante.
"Em nome da rainha, Sherlock Holmes, você está preso", declarou Lestrade, com uma voz que não escondia sua relutância.
Holmes, com seu típico sangue-frio, observou a cena. O ambiente silencioso e a falta de reação emotiva por parte do detetive pareciam ainda mais desconcertantes para Watson e Lestrade. Ele se levantou da poltrona com calma e com a serenidade, que era sua marca registrada, e estendeu as mãos para ser algemado. Watson, observando a cena, sabia que seu amigo estava calculando cada movimento e planejando seu próximo passo.
Enquanto os policiais prendiam Holmes, a presença silenciosa do cachimbo aceso permanecia, em cima da mesinha, no canto da sala como um testemunho mudo do mistério.
Watson assistiu impotente enquanto seu amigo era levado embora, as portas da carruagem da polícia fechando-se com um baque solene. A situação era perturbadora, e a sensação de injustiça pairava no ar. O grande detetive havia sido acusado de um crime que ele alegava não ter cometido, e a mente brilhante de Holmes estava agora confinada em uma carruagem, a caminho da Penitenciária.
Lestrade estava visivelmente afetado pela prisão de Holmes, mas ele também sabia que as circunstâncias da investigação eram complexas. Ele olhou para Watson, seu olhar revelando uma incerteza sincera. A carruagem da polícia fez seu caminho pelas ruas de Londres, levando Sherlock Holmes e o Inspetor Lestrade à delegacia. O detetive estava mergulhado em pensamentos, enquanto Lestrade parecia cada vez mais desconfortável com a situação. Ao chegarem à delegacia, Holmes foi escoltado até uma cela de detenção. Enquanto isso, Lestrade se ocupou de preparar a documentação para a audiência de acusação. A notícia da prisão de Holmes se espalhou rapidamente entre os membros da polícia, e a inquietação tomou conta da Scotland Yard.
Horas depois, o juiz da audiência de acusação entrou na sala. Holmes, agora com as algemas retiradas, estava diante dele. O juiz apresentou as acusações: uma série de assassinatos brutais que alegadamente tinham sido cometidos por Holmes. O detetive ouviu a lista de acusações com calma, embora uma sombra de surpresa tenha passado por seus olhos perspicazes. Foi então que o juiz apresentou a prova que parecia incriminatória: o cachimbo de Holmes, encontrado na cena de um dos assassinatos. Os olhos do detetive se estreitaram enquanto observava o objeto em questão. Ele solicitou que o cachimbo fosse trazido para mais perto.
Com a lente de aumento que ele sempre mantinha consigo, Holmes examinou atentamente o cachimbo. Não havia dúvida de que era o seu. As marcas de desgaste e a insígnia gravada revelaram sua identidade inequivocamente. Uma onda de perplexidade passou por seu rosto enquanto ele ponderava como seu amado cachimbo havia parado na cena de um crime hediondo. O juiz então anunciou que a audiência estava encerrada e que Sherlock Holmes seria encaminhado à prisão de Newgate para aguardar o julgamento. Holmes se sentou, perdido em pensamentos, sua mente inquieta tentando entender a trama complexa que o envolvia.
Enquanto a porta da sala da audiência se fechava atrás dele, Holmes sabia que estava enfrentando um desafio como nunca antes. Ele perguntava se sua lógica, sua habilidade de dedução e a busca incansável por pistas seriam suficientes para desvendar o mistério que o envolvia e provar sua inocência.
A prisão de Newgate estava à espera, e o julgamento se aproximava, mas a mente brilhante de Sherlock Holmes não descansaria até que a verdade fosse revelada.
Capítulo 2: Revelações perturbadoras
Watson recebeu autorização do Inspetor Lestrade para visitar Sherlock Holmes na Prisão de Newgate. A atmosfera sombria da prisão envolvia o lugar enquanto Watson passava pelas portas gradeadas, celas e guardas armados.
Sherlock estava isolado em uma pequena cela, sentado em uma cama estreita. Seu semblante permanecia inabalável, apesar das circunstâncias. Watson, preocupado com seu amigo, cumprimentou-o com um aperto de mão firme. Holmes começou a explicar a situação. "John, meu caro amigo, há algo profundamente intrigante em toda essa situação. O cachimbo encontrado na cena do crime era, de fato, o meu. Eu estava fumando-o em Baker Street naquela manhã, logo antes da minha prisão."
Watson franziu a testa, perplexo. "Como é possível, Holmes? Como o seu cachimbo, que você estava usando, acabou na cena de um crime hediondo?" Sherlock deu de ombros, indicando sua própria confusão. "É o enigma que preciso resolver. Alguém ou algo está tentando me incriminar. A pergunta que precisamos responder é quem, e por quê." Watson concordou, determinado a ajudar seu amigo. "Vou pegar o cachimbo em Baker Street e investigar isso mais a fundo. Se alguém o plantou lá, talvez haja alguma pista que possamos descobrir."
Após sua conversa com Holmes, Watson retornou a Baker Street, onde uma surpresa o aguardava. Enquanto se dirigia à sua residência, ele se deparou com Enola Holmes, a irmã de Sherlock. Ela estava ocupada examinando a área em torno da residência, evidenciando sua habilidade de detetive.
"Enola," cumprimentou Watson, surpreso. "O que você está fazendo aqui?" Ela olhou para ele, os olhos cheios de determinação. "Sherlock está em apuros, Dr. Watson, e eu não posso ficar de braços cruzados. Estou investigando por conta própria para descobrir quem está por trás dessa conspiração contra ele."
Watson explicou a Enola o que havia descoberto até o momento, incluindo a acusação de assassinato contra Sherlock, o misterioso cachimbo encontrado na cena do crime e o fato de que ele estava fumando o cachimbo na manhã do crime. Enola ouviu atentamente, com um olhar determinado, enquanto ele descrevia os eventos.
Após a conversa, Watson convidou Enola a entrar na residência de Baker Street para examinar o cachimbo de Sherlock. Eles caminharam até a cozinha e Enola olhou para o cachimbo com interesse.
No entanto, algo mais chamou a atenção de Enola. Ela notou uma série de vidros verdes em prateleiras, alinhados ordenadamente. Curiosa, ela perguntou a Watson sobre eles.
"Esses vidros são as experiências de Sherlock," explicou Watson. "Ele costuma usar diferentes substâncias em seus estudos e investigações." Os olhos perspicazes de Enola brilharam enquanto ela pegava um dos vidros. Ela analisou a substância dentro do recipiente com cuidado e, após um momento, sua expressão mudou.
"Dr. Watson, estes vidros contém ácidos altamente corrosivos, semelhantes aos que foram encontrados na cena do crime. Isso não faz sentido. Por que Sherlock teria esses ácidos aqui em sua casa?" A pergunta de Enola lançou uma sombra de dúvida sobre a mente de Watson. Ele começou a duvidar dos eventos que havia considerado como fatos. O mistério estava se aprofundando, e a verdade parecia mais esquiva do que nunca.
Capítulo 3: Confronto na Cozinha
Enquanto estavam na cozinha, examinando os ácidos e o misterioso cachimbo de Sherlock, a porta da frente da residência de Baker Street rangeu, anunciando a entrada de um desconhecido. Watson, com a experiência da guerra ainda presente em sua mente, não hesitou em pegar seu revolver Webley Mk 1 que estava em seu coldre, dentro do paletó.
Enola, não tendo uma arma à disposição e sendo uma exímia lutadora, agarrou o cabo de um esfregão que estava próximo e se escondeu atrás de um armário, preparando-se para o confronto.
Quando o invasor adentrou a cozinha, os gritos de surpresa e choque ecoaram no ambiente. Watson e Enola pularam em frente ao desconhecido, gritando "Parado!" ao mesmo tempo, seus olhos cheios de determinação. No momento seguinte, uma terceira voz se juntou ao caos.
O invasor, com as mãos erguidas, olhou com espanto para os dois intrusos, Watson e Enola, e percebeu que sua entrada não havia passado despercebida. Seu rosto, contudo, permanecia escondido nas sombras da sala escura que antecede a cozinha. Watson, mantendo seu revolver firmemente apontado para o indivíduo, perguntou com firmeza: "Quem é você e o que está fazendo aqui?"
Com a voz trêmula, o invasor coloca as mãos na cintura e diz: sr. Watson, sou eu. Ele então acende a luminária de querosene da cozinha e percebe que é a locatária, a Sra. Hudson. A revelação fez com que Watson e Enola se afastassem do proposto intruso. Ele a olhou com surpresa e alívio. "Sra. Hudson, minha querida, me perdoe," disse Watson, ainda segurando seu revolver, mas agora apontando-o para o chão. "Com toda a agitação em torno da prisão de Sherlock, nós não estávamos esperando por visitas. Pode nos dizer o que a trouxe aqui?"
Sra. Hudson respirou fundo, visivelmente abalada pelo encontro abrupto. Ela explicou que ouvira rumores sobre a prisão de Sherlock Holmes e estava preocupada com seu bem-estar, já que Sherlock havia sido um amigo e vizinho por tanto tempo. Ela decidiu fazer uma visita para checar a situação por conta própria, sem saber que Watson e Enola estavam investigando os eventos.
Enola, compreendendo a intenção bem-intencionada de Mary, baixou o cabo do esfregão e sorriu. "Está tudo bem, Sra. Hudson. Compreendemos suas preocupações. Na verdade, estamos investigando o que aconteceu com Sherlock." Com a situação esclarecida e todos respirando aliviados, Watson pôs seu revolver de volta em seu coldre e Enola deixou o cabo do esfregão de lado. O encontro inesperado serviu para fortalecer os laços entre eles e destacou a urgência de desvendar o mistério que cercava Sherlock Holmes.
Com a Sra. Hudson a par da situação, o trio estava mais determinado do que nunca a descobrir a verdade por trás das acusações contra Sherlock e limpar seu nome.
Os três, Watson, Enola e Sra. Hudson, se reuniram em volta da mesa da cozinha, determinados a desvendar os mistérios que cercavam o cachimbo e a prisão de Sherlock Holmes.
Watson, com sua experiência médica, pegou o cachimbo de Sherlock e examinou-o cuidadosamente, mas não encontrou nenhuma pista evidente. Enola, no entanto, abordou o problema de uma maneira diferente. Ela pegou o cachimbo e cheirou o fumo que ainda estava preso nele. Com uma expressão de descoberta, ela disse: "Este não é o fumo que Sherlock costuma usar. É de outra marca."
Enola então vasculhou a cozinha em busca da bolsa de fumo que Sherlock usava habitualmente. Ao encontrá-la, ela confirmou suas suspeitas: o fumo dentro da bolsa era de uma marca completamente diferente. Isso era um sinal de que o cachimbo encontrado na cozinha não era do próprio Sherlock.
Os três se sentaram à mesa da cozinha, tentando entender o que tudo isso significava. Enola sugeriu que alguém poderia ter substituído o cachimbo de Sherlock, como parte de uma armação. Watson concordou, reconhecendo que essa descoberta poderia ser crucial para provar a inocência de Sherlock.
Foi então que Sra. Hudson com sua atenção aos detalhes, notou algo estranho nas prateleiras da cozinha. Ela apontou para as garrafas verdes alinhadas cuidadosamente. "Isso é muito estranho," disse ela. "Sherlock nunca foi uma pessoa organizada, e esta cozinha está repleta de papeis, garrafas pelo chão e pedaços de cadáveres em vidros de formol nos armários. O que é estranho são essas garrafas verdes. Por que estariam alinhadas assim?"
Watson e Enola se entreolharam, percebendo a validade da observação de Mary. Eles se levantaram da mesa e começaram a examinar a cozinha e a residência de Baker Street em busca de pistas adicionais. Cada detalhe, por menor que fosse, poderia conter a chave para desvendar o mistério e provar a inocência de Sherlock Holmes.
Enquanto investigavam os mistérios na residência de Baker Street, a lembrança de Sra. Hudson trouxe um novo elemento à tona. Ela se virou para Watson e Enola e disse: "Lembro-me agora, no dia da prisão de Sherlock, um senhor subiu as escadas do prédio com uma encomenda para ele. Ele disse que a deixaria na porta e partiria rapidamente."
Essa revelação intrigou ainda mais o trio. Era evidente que alguém estava envolvido na trama que levou à prisão de Sherlock Holmes, e essa encomenda misteriosa poderia ser uma peça fundamental do quebra-cabeça.
Watson, Enola e a Sra. Hudson começaram a reconstituir os eventos daquele dia. Eles se lembraram de como o senhor havia deixado a encomenda na porta de Sherlock e, sem deixar rastros, havia desaparecido.
Determinados a descobrir a origem da encomenda e identificar o misterioso senhor por trás dela, o trio decidiu procurar por qualquer pista que pudesse levar a mais informações sobre esse evento crucial.
A trama se desenrolava com mais complexidade a cada revelação. Enquanto continuavam a investigar, Watson, Enola e a Sra. Hudson sabiam que estavam mais próximos de descobrir a verdade que libertaria Sherlock Holmes e revelaria os segredos por trás de sua prisão.
Capítulo 4: A Reunião na Prisão
Watson e Enola voltaram para a Penitenciária de Newgate para compartilhar suas descobertas com Sherlock Holmes. Ao vê-la, Sherlock lançou um olhar de desaprovação para Watson, lembrando-se da competição que existia entre ele e Enola. Os dois tinham um desafio pessoal de determinar quem era o melhor detetive, e Enola era uma concorrente formidável.
Enola quebrou o silêncio, percebendo a tensão no ar. "Sherlock, você não acha que deixá-lo preso tornaria o desafio um pouco injusto? Afinal, não há graça em competir contra alguém que está atrás das grades." Sherlock soltou um suspiro, reconhecendo a lógica de Enola. Ele sabia que, para desvendar o mistério que o envolvia, precisaria de toda a ajuda disponível, independentemente de rivalidades pessoais.
Watson, Enola e Sherlock se sentaram, e Watson começou a compartilhar as descobertas que fizeram na residência de Baker Street. Ele explicou a troca do cachimbo de Sherlock e a encomenda misteriosa deixada na porta no dia da prisão. Sherlock se concentrou nas informações, examinando-as meticulosamente em sua mente brilhante. Ele não conseguia esconder uma expressão de surpresa quando ouviu sobre o fumo diferente no cachimbo.
"Isso é intrigante," disse ele. "Eu me lembro do cheiro do fumo que fumei pela manhã, e era inconfundível. Alguém poderia ter trocado os cachimbos assim que fui preso?"
Enola, que tinha um olfato aguçado, cheirou sua própria lapela e concordou com Sherlock. "Ele está certo, esse não é o cheiro do fumo que estava no cachimbo na cozinha de Sherlock. Alguém com acesso à sua residência deve ter feito essa troca. A pergunta é quem e por quê." Sherlock ficou mais surpreso. Quando foi preso em casa, ele estava fumando o cachimbo e lembra de ter deixado na mesinha da sala, ao lado da poltrona.
A prisão de Sherlock estava se revelando como uma peça-chave em um enigma complexo, e o grupo estava determinado a desvendá-lo. A rivalidade entre Enola e Sherlock começou a se dissipar, pois eles perceberam que só poderiam resolver o mistério trabalhando juntos.
Após muitas confabulações e ideias trocadas na prisão, o consenso se formou entre Watson, Enola e Sherlock. Acreditavam agora que a encomenda misteriosa que Sherlock havia recebido no dia de sua prisão poderia conter os frascos de ácido e o cachimbo trocado. Alguém havia entrado em sua residência e plantado essas evidências incriminadoras.
Sherlock ponderou sobre as possibilidades. Ele sabia que a chave para resolver o mistério estava em descobrir quem havia enviado a encomenda e por que alguém queria incriminá-lo. O plano deles agora era encontrar essa pessoa, ou pessoas, e provar a inocência de Sherlock.
Watson se voltou para Enola e disse: "Você tem habilidades de detetive notáveis, Enola. Já que estamos trabalhando juntos nesta investigação, talvez você possa ajudar a rastrear a origem da encomenda." Enola assentiu, pronta para o desafio. "Certamente, Dr. Watson. Eu farei o meu melhor para seguir o rastro da encomenda e descobrir quem a enviou."
Sherlock, com seu olhar perspicaz, adicionou: "E, enquanto você faz isso, Watson e eu examinaremos nossos contatos e conexões em busca de qualquer inimigo que possa querer me prejudicar. Não é todo dia que alguém ousa desafiar Sherlock Holmes."
Capítulo 5: Mistério que aprofunda
Enola, acompanhada pelo Inspetor Lestrade, dirigiu-se ao local do crime em busca de pistas que pudessem lançar luz sobre a conspiração contra Sherlock Holmes. A noite anterior havia sido de intensa chuva, e Lestrade já alertava que a cena provavelmente estaria arruinada, com qualquer evidência importante lavada pela água.
Enola, no entanto, era uma detetive talentosa, com olhos aguçados e uma habilidade especial para notar detalhes que escapavam aos outros. Ela não se deixou abater pelo pessimismo de Lestrade.
Ao chegarem à cena do crime, Enola, examinou meticulosamente a área, procurando qualquer indício que pudesse lançar luz sobre a conspiração contra Sherlock Holmes. Ela notou a disposição dos objetos, as marcas na terra molhada e quaisquer vestígios deixados para trás.
Lestrade a observava com ceticismo, mas não podia ignorar a determinação e a habilidade de Enola. Ele sabia que, se alguém fosse encontrar pistas nas condições atuais, seria ela.
Enola se ajoelhou para examinar uma área onde a terra estava ligeiramente mais compactada do que o restante do terreno. Com cuidado, ela começou a escavar a lama e, após alguns momentos, retirou um pequeno objeto. Um pedaço de tecido com inscrições. Após analisar cuidadosamente, concluiu ser feito de algodão egípicio.
"O que você encontrou?" perguntou Lestrade, curioso.
Ela leu em voz alta: "Ajudante fiel. Encontre-me na Penitenciária de Newgate."
Lestrade ficou intrigado. "Isso parece ser uma pista importante."
Enola notou que o algodão egípcio era de alta qualidade, algo que apenas pessoas ricas ou da nobreza teriam acesso. Ela olhou na direção do rio Tâmisa, não muito distante, e considerou que não era um local onde pessoas abastadas normalmente frequentavam.
Enola perguntou a Lestrade se eles haviam identificado os mortos. O inspetor a levou ao necrotério para falar com o legista responsável. O cenário era sombrio e macabro, com cheiros fortes, sujeira e corpos cobertos por sacos de estopa. Lestrade entregou a Enola um pouco de algodão embebido em álcool para amenizar o odor pungente que permeava o ambiente.
O legista descreveu a cena do crime e como os corpos das vítimas estavam completamente desfigurados pelo ácido. Alguns parentes conseguiram identificar as vítimas pelos pertences encontrados. Havia um nobre comerciante com seus dois filhos, que estavam comemorando o Ano Novo em um galpão nas docas. Eles haviam cortado caminho pelo beco naquela fatídica noite.
Enola, com uma mente afiada, começou a conectar os pontos e viu que o crime estava se tornando mais complexo do que imaginavam. O mistério continuava a se aprofundar, e as respostas estavam cada vez mais difíceis de encontrar.
Enola estava determinada a desvendar o enigma por trás dos assassinatos no beco, e a cena do crime começava a revelar pistas intrigantes. Ela compartilhou suas observações com Lestrade, destacando que não parecia um simples assalto, já que as vítimas ainda tinham seus pertences com eles quando foram encontradas, e seus familiares as identificaram por esses objetos.
Essa revelação deixou Enola perplexa. Por que o assassino teria permitido que os parentes identificassem os mortos, se o objetivo era matá-los? Por que utilizar ácido para desfigurar os corpos? E, acima de tudo, por que incriminar Sherlock Holmes pelos crimes?
As perguntas se acumulavam. Enola e Lestrade resolvem retornar à Penitenciária de Newgate para informar Sherlock Holmes e John Watson sobre as descobertas no local do crime. Eles sabiam que precisavam desenvolver uma estratégia para desvendar o mistério que estava se desdobrando diante deles.
Na cela de Sherlock, o grupo se reuniu e compartilhou suas descobertas. Lestrade explicou sobre a mensagem no algodão egípcio e o fato de que as vítimas haviam sido identificadas pelos parentes, apesar dos corpos terem sido desfigurados pelo ácido.
Após uma breve discussão, eles concordaram em seguir uma estratégia:
Procurar quem vende algodão egípcio em Londres: Enola se encarregaria de investigar quem na cidade tinha acesso a algodão egípcio de alta qualidade, o que poderia levar ao remetente da mensagem. Além de procurar o entregador do pacote misterioso na residência de sherlock.
Saber mais sobre o que o comerciante vendia: Lestrade se comprometeu a investigar o comerciante e sua atividade comercial. Descobrir mais sobre o que ele vendia poderia fornecer pistas valiosas.
Visitar a viúva: Sherlock sugeriu que eles também visitassem a viúva do comerciante para obter mais informações sobre a vítima e qualquer possível inimizade que ele pudesse ter. Watson era a pessoa mais indicada pois era médico e era mais sutil para conversar com pessoas enlutadas.
Conversar com os funcionários nas docas: Lestrade também assumiu o compromisso de entrevistar os funcionários das docas onde as vítimas estavam comemorando o Ano Novo. Poderiam obter informações sobre quem frequentava o local e qualquer atividade suspeita naquela noite.
Com a estratégia definida, o grupo estava pronto para se lançar na próxima fase da investigação. Eles sabiam que o tempo estava se esgotando, e cada passo dado os aproximava da verdade por trás da conspiração que havia levado à prisão de Sherlock Holmes.
Sherlock, observando Enola, percebeu sua inquietação e pergunta o motivo.
Ela levantou uma questão que a intrigava profundamente: por que o juiz havia concluído que Sherlock era culpado pelos crimes, especialmente considerando os inúmeros serviços que ele prestara à polícia e à Scotland Yard ao longo dos anos?
Lestrade refletiu sobre a situação e, de repente, uma lembrança veio à tona. Ele recordou que foi o próprio juiz que expediu a ordem de prisão de Sherlock quando viu o cachimbo do detetive entre os pertences coletados na cena do crime.
Watson, com seu espírito analítico, propôs uma ação imediata. Ele sugeriu que visitassem o juiz para entender melhor sua motivação por trás da condenação de Sherlock. No entanto, sabia que isso não seria uma tarefa fácil.
Mycroft Holmes, irmão de Sherlock e uma figura influente, foi mencionado como um possível aliado na busca por respostas. Se alguém poderia ajudá-los a acessar o juiz e descobrir a verdade por trás da prisão de Sherlock, seria Mycroft.
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Capítulo 6: Em Busca de Mycroft
Watson estava determinado a encontrar Mycroft Holmes, o influente irmão de Sherlock, em sua busca por respostas sobre a misteriosa prisão de Sherlock. Ele sabia que Mycroft frequentava o clube Diógenes, um lugar conhecido por sua exclusividade e discrição.
Ao chegar no Diógenes, Watson foi recebido pelo porteiro, que educadamente pediu seu nome. "Watson," respondeu ele. O porteiro consultou uma lista e informou que Mycroft o aguardava. Com um aceno, Watson seguiu o serviçal que apareceu para guiá-lo até Mycroft.
Enquanto caminhava pelo clube Diógenes, Watson observava a grandiosidade do lugar. O ambiente estava adornado com obras de arte valiosas, nobres da realeza e homens influentes, mas uma coisa chamou sua atenção: a ausência de mulheres. Curioso, ele não pôde deixar de perguntar ao serviçal o motivo. A resposta foi clara: mulheres não eram permitidas naquele recinto exclusivo.
No fundo da sala, Watson avistou duas poltronas luxuosas dispostas diante de uma lareira crepitante. Uma mesinha estava entre as poltronas, e sobre ela repousava uma garrafa de raro uísque escocês, indicando que Mycroft estava pronto para receber seu visitante.
Enquanto se aproximava de Mycroft, Watson não pôde deixar de notar as características físicas distintas de seu anfitrião. Mycroft era um homem de estatura média, com uma aparência impecável. Seu terno sob medida estava perfeitamente alinhado, realçando sua postura ereta. Ele tinha cabelos grisalhos elegantes e usava óculos, que adicionavam um ar intelectual a sua figura.
Mycroft cumprimentou Watson com um aceno e um sorriso sutil. Sua expressão era serena, revelando uma calma inabalável. Enquanto Watson se acomodava na poltrona em frente a Mycroft, ele estava ciente de que havia entrado em um mundo de influência e mistério, e que Mycroft Holmes detinha as chaves para desvendar o que estava por vir.
Mycroft fez um aceno discreto, e o serviçal serviu um whisky escocês de cor dourada em um copo de cristal para Watson. O aroma que emanava do uísque era complexo e sedutor, com notas de baunilha, carvalho tostado e um toque sutil de frutas maduras.
Watson observou a bebida com admiração, notando as pernas elegantes que escorriam pelo interior do copo, indicando a qualidade do uísque bem envelhecido. Ele deu um pequeno gole e permitiu que o líquido envolvesse seu paladar.
O uísque era uma sinfonia de sabores. Notas iniciais de baunilha se misturavam com a doçura do caramelo e a suavidade do carvalho, criando uma sensação de calor reconfortante que se espalhava por sua garganta. Era uma experiência rica e agradável, com um final prolongado que deixava um sabor levemente amadeirado.
Após saborear o uísque, Watson pigarreou e começou a informar Mycroft sobre os acontecimentos que levaram à prisão de Sherlock. No entanto, antes que ele pudesse continuar, Mycroft o interrompeu com uma expressão calma.
"John, já estou a par de toda a situação," disse Mycroft com sua voz serena. "Recebi informações de fontes confiáveis sobre os eventos que envolvem Sherlock. Estou ciente de que algo muito complexo e sinistro está ocorrendo, e estou aqui para ajudar a desvendar essa trama."
Watson, surpreso com o conhecimento de Mycroft, assentiu. Ele sabia que Mycroft era uma figura influente com conexões em todos os cantos da sociedade. A presença do irmão de Sherlock era uma indicação de que a investigação estava prestes a dar um passo importante e que a busca por respostas estava longe de terminar.
Mycroft Holmes tocou um pequeno sinete que estava estrategicamente posicionado em cima da mesinha entre as poltronas. Um serviçal de confiança, identificado como Williams, surgiu prontamente, atento às necessidades de seu empregador.
"Monsieur Watson," Mycroft começou, "tenho confiança em sua capacidade de levar a cabo esta missão. Williams, prepare o tilbury. Dr. Watson será escoltado até o Palácio de Westminster."
Williams assentiu com uma expressão séria e saiu para cumprir a ordem imediatamente.
Mycroft retirou um envelope de sua lapela e entregou a Watson. "Dr. Watson, entregue isso ao porteiro na entrada do Palácio de Westminster. Ele o guiará até o juiz responsável pelo caso de Sherlock. Williams o acompanhará durante todo o trajeto, assegurando que você entre e saia do palácio sem contratempos."
Watson aceitou o envelope com seriedade, compreendendo a importância da tarefa que lhe fora confiada. A missão o levaria um passo mais perto de esclarecer o mistério que envolvia a prisão de Sherlock Holmes, e ele estava determinado a cumprir sua parte com êxito.
Com a escolta de Williams e a responsabilidade do envelope em suas mãos, Watson estava pronto para embarcar em mais um capítulo de sua busca incansável por justiça e pela verdade que libertaria seu amigo Sherlock.
Enquanto Watson e Williams deixavam o clube Diógenes, as ruas de Londres estavam agitadas com a atividade típica de uma tarde movimentada. Carruagens elegantes e pedestres apressados enchiam as ruas da cidade. O sol iluminava os edifícios históricos, criando sombras longas e proporcionando uma visão pitoresca da capital britânica.
Às 14 horas em ponto, o badalar das horas do Big Ben ecoou, preenchendo o ar com sua melodia característica, marcando o tempo inabalável que passava em uma cidade cheia de história.
Enquanto a carruagem avançava pelas ruas movimentadas, Watson podia vislumbrar ao longe o majestoso Palácio de Westminster, um símbolo da política britânica. O edifício, com sua arquitetura impressionante e torres imponentes, erguia-se com dignidade contra o céu de Londres.
O Palácio de Westminster exibia uma mistura de estilos arquitetônicos, com detalhes góticos e neogóticos que o tornavam uma obra-prima da engenharia e do design. À medida que se aproximavam dos portões do palácio, Watson podia admirar a grandiosidade e a história que permeavam o local, compreendendo a importância da tarefa que estava prestes a desempenhar dentro de suas majestosas paredes.
O tilbury se aproximou dos majestosos portões do Palácio de Westminster, e um guarda postado ali se aproximou para inspecionar o veículo e seus ocupantes. Watson entregou o envelope com a devida autorização ao guarda, que o levou rapidamente a um pequeno posto onde seu superior se encontrava.
Poucos minutos se passaram, e Watson pôde observar, com surpresa, a chegada apressada de diversos guardas, todos em trajes impecáveis e postura rígida. Era uma situação que o pegara de surpresa, e ele não estava totalmente preparado para o que estava por vir.
Os portões do palácio se abriram majestosamente, e o tilbury foi conduzido por uma fila de oficiais que prestavam continência em sua passagem. Watson se esforçou para conter um pequeno riso diante da solenidade da situação, enquanto se dirigia para o interior do Palácio de Westminster, onde sua missão continuaria a desvendar os segredos por trás da prisão de Sherlock Holmes.
Willians estacionou o tilbury em frente à entrada principal do Palácio de Westminster e auxiliou Watson a desembarcar. Com a tarefa cumprida, ele tomou o volante do veículo e o conduziu a um local apropriado enquanto outro oficial assumia a escolta de Watson para o interior do palácio.
Ao adentrar o majestoso edifício, o oficial guiou Watson pelo grande salão de entrada, onde a atmosfera estava impregnada de solenidade e tradição. No entanto, antes que pudessem prosseguir, um grito estridente ecoou pelos corredores, cortando o ar com um clamor de alarme.
Em questão de segundos, o som do sino de emergência começou a tocar, e uma correria frenética se desencadeou por todos os cantos do palácio. Pessoas corriam em pânico, mulheres choravam aterrorizadas, e a tranquilidade que havia permeado o ambiente momentos antes deu lugar a um caos absoluto.
O oficial que conduzia Watson olhou com preocupação na direção da porta do escritório do juiz, onde o tumulto parecia estar concentrado. Ele se aproximou de Watson e informou com urgência: "Há um alvoroço na porta do escritório do juiz. Precisamos descobrir o que está acontecendo. Venha comigo."
Watson subiu as escadas a passos rápidos, impelido pela urgência de compreender o tumulto que havia se desenrolado no Palácio de Westminster. Ao chegar à porta da sala do juiz, ele não estava preparado para a visão que encontraria. Mesmo para alguém com sua experiência médica, a cena que se desenrolava era aterradora.
O juiz estava morto, sua figura repousando em sua mesa, enquanto o sangue estava derramado por toda parte, criando um quadro de horror. Watson imediatamente pediu que as portas fossem fechadas e que chamassem o Inspetor Lestrade.
Após um intervalo que pareceu interminável, Lestrade apareceu no local, seu semblante refletindo a gravidade da situação. Ele olhou para Watson com olhos arregalados. "Foi você que me chamou?" perguntou Lestrade com ansiedade.
Watson assentiu, visivelmente abalado. "Sim, fui eu. E aconteceu novamente. E o pior, aconteceu com alguém que tinha o poder de retirar Sherlock da prisão."
Lestrade estava perplexo e ansioso por mais informações. "Aconteceu o quê? O que está acontecendo?"
Watson abriu as portas da sala, que eram guardadas por um oficial, revelando a cena que havia testemunhado. Lestrade olhou para dentro e viu a mesma cena aterradora que havia visto alguns dias atrás no beco: um cadáver semi-derretido, sentado em uma cadeira, olhando para a porta. O horror da situação se espalhou por suas feições, e ele percebeu que a trama sinistra que envolvia Sherlock Holmes estava longe de ser resolvida.
Capítulo 7: Rastros do Passado
A sala do juiz, um ambiente repleto de livros de leis, cortinas pesadas e móveis de madeira escura, estava mergulhada em um silêncio funesto. A figura do juiz permanecia sentada em sua imponente mesa vitoriana de carvalho, como uma testemunha silenciosa das atrocidades cometidas. Seu corpo havia sido submetido a um ato inominável, com vísceras expostas e uma poça de sangue que se espalhava pelo caríssimo tapete persa.
Lestrade entrou na sala logo atrás de Watson, ambos observando a cena aterradora que se desenrolava diante deles. Era evidente que uma crueldade impiedosa havia sido infligida à vítima. Lestrade, experiente em investigações policiais, compreendeu imediatamente a importância de preservar a cena do crime, mesmo diante de tamanha carnificina.
Olhando para Watson, ele perguntou com uma voz tensa: "O que o Sr. Holmes faria agora?"
Watson, um médico de profissão, sabia que o caos daquela cena desafiaria até mesmo a mente brilhante de Sherlock Holmes. Ele sugeriu, de forma prática: "Vamos chamar Enola. Ela tem uma perspicácia única e poderia ser de grande ajuda neste momento."
Lestrade assentiu e tomou medidas imediatas. Ele se aproximou da mesa do juiz e pegou papel e pena-tinteiro, com mãos firmes, escreveu uma mensagem urgente em busca de auxílio, depositando-a em um envelope lacrado.
Em seguida, dirigiu-se ao guarda postado à porta e ordenou que a carta fosse entregue com a máxima urgência na residência de Sherlock Holmes, aos cuidados de Enola Holmes. Lestrade reconhecia que a mente brilhante de Enola poderia trazer clareza a essa investigação sombria.
No silêncio da sala, enquanto Watson examinava cuidadosamente o corpo mutilado do juiz em busca de pistas, uma serviçal entrou com uma bandeja de chá. Lestrade, sem erguer o olhar, pediu que ela se retirasse, explicando que a área era restrita e parte de uma cena de crime.
Entretanto, a serviçal permaneceu imóvel. Watson, observando atentamente, esperava surpresa ou choque em seu rosto. Contudo, o que viu foi um grande sorriso estampado no rosto da mulher. Lestrade também olhou surpreso. A resposta veio quando Enola se revelou, explicando seu método peculiar de infiltrar-se nos locais: passando despercebida, sob a máscara de uma serviçal, em uma sociedade que subestimava e ignorava as mulheres em tais funções.
Mas ela rapidamente se direcionou ao assunto principal. "Quem é este?", indagou Enola.
"O juiz que prendeu Sherlock", respondeu Watson. Enquanto o ambiente exalava um odor desagradável, Enola se aproximou, analisando meticulosamente a jarra de água, o copo de whisky na mesa, e um copo caído próximo ao juiz. Ela examinou a janela em busca de pistas, analisou um grupo de fotografias sobre a escrivaninha e, finalmente, surpreendeu a todos ao cheirar a boca do falecido.
Lestrade, um tanto atordoado, não pôde conter sua expressão de ligeiro desconforto diante desse último procedimento peculiar.
"Espero que isso seja pertinente, Enola", disse Lestrade. "Temos que encontrar qualquer pista que nos leve ao responsável por isso tudo."
Enola, com um brilho nos olhos, soltou um leve suspiro. "Há algo de intrigante aqui, algo que talvez todos tenhamos deixado passar despercebido."
"Vamos repassar os fatos que conhecemos até agora", disse Enola. "Temos o crime ocorrido nas docas, próximo ao rio Tâmisa, com a presença do cachimbo de Sherlock. O juiz, que ordenou rapidamente a prisão de Sherlock, teve o cachimbo da casa de Sherlock trocado, a fim de confirmar em juízo que aquele cachimbo era realmente o seu. Além disso, encontramos os frascos de ácido na cozinha. Agora, diante do juiz, não temos chance de falar com ele.
Pela minha análise desta sala, ninguém entrou pela janela, sugerindo que o assassino ainda possa estar neste prédio. O juiz foi corroído por ácido ao beber, acreditando ser água. A jarra sobre a mesa ainda contém o corrosivo inodoro. O copo de whisky sobre a mesa não era para o juiz, pois observei sinais de cirrose hepática em seu corpo, indicando que ele já não bebia há tempos. Quem quer que tenha entrado aqui era alguém de confiança do juiz, oferecendo um Whisky Macallan de 72 anos.
Analisando as fotos na mesinha, notei um grupo de homens com o juiz. Reconheci a esposa do comerciante encontrado no cais junto a um homem e o juiz. Acredito que este homem era o comerciante, indicando que o juiz mantinha uma longa amizade com a família. É possível que o juiz tenha agido sob coação da família do amigo."
Após expressar suas teorias, Enola dirigiu-se à escrivaninha do juiz, na busca pela agenda de visitantes. A folha do dia estava rasgada, um indício do possível ocultamento de informações. Contudo, Enola, uma detetive experiente, utilizou técnicas peculiares de sua profissão para descobrir mais: tirou o pó facial, de um frasco no bolso de sua saia, e com um pincel delicadamente percorreu os sulcos da página seguinte. Em seguida, aplicou uma fina camada de fuligem da lareira, assoprando cuidadosamente sobre a superfície da página.
Enola revelou o nome "Sir James", o visitante mais recente do juiz. Lestrade ergueu uma sobrancelha em dúvida: "Só isso?". James era um nome comum na Inglaterra, e Sir James podia ser uma designação para várias pessoas. Enola tentou identificar a letra seguinte, que poderia ser um "B" ou um "M".
Watson sugeriu que talvez devessem procurar a secretária para obter mais informações. Lestrade rapidamente pediu ao policial de guarda que descobrisse a identidade da secretária do juiz e a trouxesse até ele. Enola, sempre atenta, observou um cabideiro próximo à porta, onde um casaco e um chapéu estavam pendurados de maneira desordenada, indicando pressa.
Enola inspecionou os bolsos do casaco e fez uma descoberta intrigante: um pequeno rolo de tecido branco. Ao desenrolá-lo, reconheceu imediatamente o algodão egípcio. Sobre o papel, encontrou uma frase escrita: "Ajudante fiel. Encontre-me na ópera."
Enola expressa a descoberta de mais uma mensagem enigmática em outra cena de crime. Watson prontamente concorda que as informações devem ser compartilhadas com Sherlock. Depois de um breve silêncio, ecoam apitos pelos corredores, sinalizando uma nova movimentação. Lestrade, Watson e Enola dirigem-se ao tumulto, onde um guarda já se prepara para afastar os curiosos.
O policial apontou para um corpo encontrado perto da latrina do banheiro feminino. Enola foi a primeira a examinar e notou que o pescoço havia sido torcido violentamente. Watson, observando atentamente, presumiu que poderia ser a secretária do juiz, sugerindo que alguém, de forma apressada e abrupta, teria feito tal ação.